"Assim como a memória pode ser um paraíso do qual não podemos ser levados, ela pode também ser um inferno do qual não conseguimos escapar." (John Lancaster Spalding)
quarta-feira, 16 de novembro de 2011
Tréguas
Hoje, sou capaz de ver o que ontem não conseguia.
Olhos vendados, alma tapada, coração fechado.
«Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades», já alguém dizia,
e estas palavras não foram ditas ao acaso, aliás, aprendi que nenhuma
palavra é dita ao acaso. Talvez ditas em momentos menos oportunos, mas
se são ditas, é porque têm força suficiente para sair da cavidade bocal.
As palavras podem magoar tanto ou mais como os gestos. Com a diferença que,
um gesto, pode provocar escoriação, hematoma, ferida, cicatriz. Mas cicatrizes que acabam
por passar com o tempo, e desaparecer. Já as palavras, provocam lacunas na Alma, buracos
infindáveis no peito, os quais não conseguimos tapar com coisa alguma. Sem fundo. Ficam,
pura e simplesmente, lá ficam. E é nesses buracos que vão ficando abertos no nosso peito,
que acabamos sempre por cair, mais e uma mais uma vez. Dizem que o tempo tudo cura. Será
mesmo que o tempo têm essa capacidade «milagrosa» de curar? Ou será que a vontade própria de cada um assim nos permite ver?
Seja como for, a Vida é feita de altos e baixos, de curvas e contra curvas, de alcatrão e terra batida,
e a nossa missão, é caminhar todos os dias, sem parar, tendo em atenção cada curva, cada obstáculo, cada buraco, cada 'perigo' que nos é proposto enfrentar - sim, porque a vida é um jogo, e como tal, não basta saber jogar, mas sim, saber como se joga.
As palavras magoam. Os gestos também. Então, talvez seja melhor ter cuidado com as palavras e não atingir ninguém com os gestos.
A..
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