quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Aurora

Ainda ouço a mesma canção da aurora
quando as portas de romper a noite
perpetua a sua melodia
ainda sinto a areia branca a brilhar
sob meus pés de menina incerteza
ainda sinto a dor de cada partida
do vestido branco
a dor da ida...
minha mãe evaporando
no ar como fumaça
ainda ouço o burburinho
da voz de meu avô e meu pai
disputando...
quem manda mais
no meu destino
que nunca existiu
ouço o cantar da juriti
eu não posso,não quero ir
tenho pesadelos a resolver
tenho vozes a obedecer
serei a fagulha que queima a fogueira azul
um pau de arara que roda para as bandas do sul
só silencio e a voz do vento
e da giração
onde há caminho hoje tem espinho
há me impedir de passar
só ficou uma alma magra e desditosa
incapaz de sonhar

(anna karenina)

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